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Israel x Irã: como são as forças militares dos dois países?

Nações apresentam contrastes significativos em número de tropas, armamentos e táticas; conflitos chegam ao segundo dia

Internacional|Do R7

Imagem de arquivo mostra soldados iranianos enfileirados Reprodução/X/@IRIran_Military

Israel e Irã trocam ataques aéreos desde sexta-feira (13). Mais de 80 pessoas já morreram e centenas ficaram feridas pelos bombardeios em ambos os países, que possuem forças militares comparáveis em números, mas adotam estratégias e tecnologias distintas.

Veja abaixo o que se sabe sobre o poder militar dos dois países, que vivem uma relação marcada por décadas de hostilidades.

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Irã: efetivo numeroso e aposta em mísseis e drones

O Irã possui uma das maiores forças armadas da Ásia Ocidental, com cerca de 580 mil militares na ativa e outros 200 mil na reserva, segundo o último índice da Global Firepower, organização que publica dados sobre poderio militar de mais de 140 nações.

As tropas iranianas são divididas entre o exército regular, responsável por proteger as fronteiras, e o IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica), uma força paramilitar que opera unidades de mísseis estratégicos e de guerra cibernética.


Para além das tropas, o Irã tem uma clara vantagem demográfica sobre Israel: são 88 milhões de habitantes e uma área de 1,6 milhão de quilômetros quadrados. Mas, quando se trata de equipamento militar, o país fica para trás.

O arsenal iraniano é majoritariamente composto por armamentos antigos, especialmente aviões fornecidos pela antiga União Soviética e pelos Estados Unidos antes da Revolução Islâmica de 1979, salvo aquisições russas mais recentes, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).


A força aérea iraniana possui cerca de 350 aeronaves obsoletas, o que a deixa em desvantagem em relação à de Israel, tanto em quantidade quanto em qualidade. Por outro lado, o Irã se destaca na produção de drones e mísseis.

Os drones do tipo Shahed, conhecidos como “kamikaze”, são exportados em grande quantidade pelo Irã para a Rússia, que utiliza os equipamentos na guerra contra a Ucrânia, segundo autoridades de inteligência do Ocidente.


Além disso, segundo o IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), o país possui um dos maiores arsenais de mísseis balísticos do Oriente Médio, com armas com alcance de até 2.000 quilômetros, capazes de atingir alvos em Israel.

No campo nuclear, o Irã expandiu a produção de urânio enriquecido. Em maio deste ano, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) disse que o estoque atingiu 9.247,6 kg, 45 vezes acima do limite permitido pelo JOA (Plano de Ação Integral Conjunto), plano internacional que limita o programa nuclear do país.

Desse total, 408,6 kg são de urânio enriquecido a 60%, nível próximo dos 90% necessários para uma arma nuclear. Esse montante é suficiente para produzir quase nove bombas, segundo a AIEA. Até dezembro de 2024, o país tinha capacidade para fabricar quatro.

Israel: tecnologia avançada e defesa robusta

Israel, com uma população de cerca de 9 milhões e uma área de apenas 22 mil quilômetros quadrados, compensa a desvantagem demográfica com tecnologia militar de ponta e uma indústria de defesa nacional robusta.

Segundo a AP, as forças armadas israelenses contam com 170 mil militares na ativa e 400 mil reservistas, números que são superados pelo Irã. A frota aérea, no entanto, totaliza 612 aeronaves, como F-15, F-16 e F-35, quantidade bem maior que a iraniana.

No solo, Israel possui 1.370 tanques, incluindo os avançados Merkava, que figuram entre os mais bem projetados do mundo. No mar, embora a frota seja menor que a iraniana (67 embarcações contra 101), os israelenses mantêm uma presença naval estratégica.

Um dos maiores trunfos de Israel é o sistema de defesa antimísseis, composto por camadas como o Domo de Ferro. Desenvolvido com apoio dos EUA, esse sistema detecta e intercepta projéteis direcionados a áreas sensíveis.

Israel também investe mais em defesa: o orçamento militar é de US$ 24 bilhões (cerca de R$ 132 bilhões), contra US$ 9,95 bilhões do Irã (aproximadamente R$ 55 bilhões), segundo o Global Firepower.

Além disso, embora o país nunca tenha confirmado oficialmente, acredita-se que Israel seja a única nação do Oriente Médio com armas nucleares, com cerca de 80 ogivas, de acordo com o SIPRI (Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI).

O que se sabe sobre os ataques

Israel e Irã trocaram ataques aéreos entre a noite de sexta-feira (13) e a manhã deste sábado (14). As ofensivas mútuas começaram depois que as Forças de Defesa israelenses lançaram uma série de bombardeios, que começaram ainda na madrugada de sexta, sobre o território iraniano.

O Irã disse que 78 pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças, e mais de 320 ficaram feridas pelos ataques israelenses. Já Israel afirmou que os contra-ataques iraquianos deixaram três mortos e dezenas de feridos.

Líderes de Israel dizem que a ofensiva é uma medida preventiva às intenções do Irã de desenvolver armas nucleares. Teerã, por sua vez, nega a alegação há anos, afirmando que o programa nuclear do país possui somente fins pacíficos.

Os ataques israelenses tiveram como alvo instalações nucleares e militares e residências de altos comandantes do Irã. A capital Teerã e outras cidades, como Natanz, Tabriz, Kermanshah, Arak e Isfahan, foram atingidas, segundo a mídia estatal iraniana.

A instalação de enriquecimento de urânio em Natanz, ponto-chave do programa nuclear iraniano, foi danificada pelos ataques, segundo autoridades iranianas. A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) disse que não foram detectados níveis elevados de radiação no local.

Os bombardeios israelenses mataram Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Hossein Salami, comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica. Israel diz que outros 18 comandantes e nove cientistas envolvidos no programa nuclear de Teerã também foram mortos.

Em ataques retaliatórios, a Guarda Revolucionária do Irã lançou mísseis balísticos contra cidades como Tel Aviv, a maior de Israel, e Jerusalém. Autoridades israelenses disseram que a maioria dos 100 mísseis iranianos foi interceptada, mas confirmaram que prédios foram atingidos. Imagens que circulam na internet mostram a destruição.

O que dizem os dois países

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, classificou os bombardeios israelenses como uma “declaração de guerra” e pediu intervenção imediata da ONU (Organização das Nações Unidas).

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que os ataques continuarão “o quanto for necessário”. Ele acrescentou que as Forças Armadas israelenses prometem usar “toda a força” para atingir os objetivos do país.

Em resposta, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, declarou que o Irã retaliará com força, dizendo que Israel “não escapará ileso”. Khamenei afirmou que as Forças Armadas iranianas agirão de forma decisiva.

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